O
que falta destruir nesse mundo?
O
que falta ser desmoronado, desmantelado, derrubado, demolido, desmanchado?
O
que ainda falta para gente arruinar, exterminar, desfazer para reviver?
Falta
muita coisa. Mas falta nada também.
O
que falta é construção.
Construção
do abraço, do afeto, do outro. Falta.
Os
costumes e hábitos da falta, já temos.
Então
o que nos resta, se já destruímos inclusive a falta?
Nos
resta recomeçar, retomar, reviver, refazer, reconstruir, re...re...re…
Do
resto que nos restou, somos agora tudo que conseguimos ser.
E
além do mais, somos ainda mais, tudo que somos.
Escrita
ativa, reativa. Caneta de cores e papel.
Tudo
pra dentro, cabeça fervilha.
Explode,
retorna, retoma, refaz.
A
partir daqui tudo é caos. Tudo no papel. Organizado de fato.
É expressamente necessário destruir tudo ao nosso
redor para construir. Sankofa nos faz olhar para trás e de nossos antepassados,
remotos e recentes, tudo que chega até aqui não é pó. É areia, argamassa,
massa. Fazer e desfazer, fazer. Nesse processo de imaginação, nada se funde sem
ação. E é assim, tudo organizado no ato, de fato, no contato, desabafo.
Tentando explicar o mundo, fomos todos dizimados,
acuados, findados. Chegamos até aqui destruindo e construindo. Na ordem que
quiser.
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