.

.

About

CONSTRUIR PARA DESTRUIR / Por Kelly Enne Saldanha

Posted by Nóis de Teatro On 16:51 No comments

 


O que falta destruir nesse mundo?

O que falta ser desmoronado, desmantelado, derrubado, demolido, desmanchado?

O que ainda falta para gente arruinar, exterminar, desfazer para reviver?

Falta muita coisa. Mas falta nada também.

O que falta é construção.

Construção do abraço, do afeto, do outro. Falta.

Os costumes e hábitos da falta, já temos.

Então o que nos resta, se já destruímos inclusive a falta?

Nos resta recomeçar, retomar, reviver, refazer, reconstruir, re...re...re…

Do resto que nos restou, somos agora tudo que conseguimos ser.

E além do mais, somos ainda mais, tudo que somos.

Escrita ativa, reativa. Caneta de cores e papel.

Tudo pra dentro, cabeça fervilha.

Explode, retorna, retoma, refaz.

 

A partir daqui tudo é caos. Tudo no papel. Organizado de fato.

É expressamente necessário destruir tudo ao nosso redor para construir. Sankofa nos faz olhar para trás e de nossos antepassados, remotos e recentes, tudo que chega até aqui não é pó. É areia, argamassa, massa. Fazer e desfazer, fazer. Nesse processo de imaginação, nada se funde sem ação. E é assim, tudo organizado no ato, de fato, no contato, desabafo.

Tentando explicar o mundo, fomos todos dizimados, acuados, findados. Chegamos até aqui destruindo e construindo. Na ordem que quiser.




0 comentários:

Postar um comentário