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PERIFERICOS - REFLEXÕES INICIAIS

Posted by Nóis de Teatro On 17:39 No comments


O DESARMAMENTO NOS TERRITÓRIOS DE PAZ - UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO
Por Kelly Enne Saldanha

A banalidade como hoje em dia é tratada a violência nos bairros de periferia traz algumas reflexões acerca do assunto.  A rotina da violência contribui para essa realidade, isso é fato.  Mas por que essas regiões são detentoras dos maiores índices de violência? Por que os lugares definidos como territórios da paz são chamado por muitos como territórios da morte? Desar­mar é a solução?

A cada dia que passa os noticiários e telejornais divulgam ainda mais informações sobre a violência nas periferias. As discussões banais, os latrocínios, todos os crimes que acontecem estão sempre relacionados com características cada dia menos freqüentes em nosso dia a dia, tais como respeito e tolerância.

Nos índices de criminalidade, o numero de mortes é o que chama mais atenção. Não há duvida que a facilidade de conseguir armas de fogo contribui pra esse numero ainda crescente. Mas não é só uma questão de armas e sim uma questão social.

Tudo começa pela educação. Com educação de qualidade, o pensamento critico individual se fortalece, compreendendo assim sua situação social e melhorando suas expectativas .  Mas fala-se aqui não só da educação formal, mas também da educação familiar. Nossa primeira escola nos ensina valores já há tanto tempo esquecidos. Honestidade e ética são exemplos.

Desarmar sim, mas isso não é o suficiente. Retomar valores ajuda nesse embate. Educação de qualidade, empregos bem remunerados, saúde, boas condições habitacionais, tudo contribui para o melhoramento do índice de vida, reverberando nos índices de violência.

Enquanto o ser humano for comandado pelo desrespeito e a intolerância, desarmar não vai resolver. É um trabalho a longo prazo e de formiguinha.

O QUE EU ESPERO COM ESSE TRABALHO
Por Iane Lima

Com o projeto ‘Periféricos’ pretendo trazer uma reflexão sobre o que é a vida na periferia. É só violência? Não existe nada de bom em morar em uma periferia? Ou será que tudo isso é coisa que nos é empurrada pela própria sociedade e mídia sensacionalista? Porque a mídia não mostra as coisas legais que existem nesses lugares? Gostaria que esse trabalho mostrasse o outro lado. O lado de pessoas que faz a diferença, que luta pela paz, luta para que esses lugares também sejam vistos como lugares de pessoas que constroem cultura, arte e cidadania, apesar de tudo que e mostrado na mídia.

Eu, particularmente tenho muitas expectativas em relação a esse trabalho, pois para mim é muito mais do que levar o nome do Nóis de Teatro. Trata-se de projeto com um caráter muito mais social do que artístico. Penso nesse projeto como uma forma de transformação social, não a transformação de melhores empregos, ou acabar com a violência local, mas sim de ver esses lugares com outro olhar, diferente do que está impregnado na mídia. Temos que ver pelo lado positivo das coisas que existem nesses locais, onde o próprio Nóis de Teatro tem se construído como referencia. Não somos os únicos, o grande bom jardim esta cheios de projetos e pessoas fazendo arte, divulgado a cultura e plantando cidadania. Então me pergunto por que não falar sobre o lado bom? Só tenho o medo de, artisticamente, reforçar o que já esta exposto na mídia.

Acredito que esse trabalho tem uma grande importância para a comunidade, pois estaremos trabalhados diretamente com eles e para eles. Por isso mesmo acredito na importância de trabalhar a valorização do que temos de bom. As pessoas desses bairros precisam conhecer tudo de bom que existem neles e assim poderão se orgulhar de ser moradores desses lugares, pois violência também tem em outros locais! Já está na hora se acabar com a fama de território da morte, mas para isso as pessoas precisam conhecer e participar do que há de bom nesses lugares.

DESARMAMENTO
Por Henrique Gonzaga

Como morador da periferia de Fortaleza, preocupa-me muito a violência que nos cerca. Durante toda a história do Nóis de Teatro, tentamos chamar a atenção da nossa comunidade para arte e cultura, mas notamos que esse processo é mais complexo que imaginávamos.

É por convivermos com toda essa violência que fazemos o que podemos para diminuí-la. Oficinas de teatro, música e encontros culturais, são algumas ações de luta contra essa violência. O projeto Territórios da Paz vem para somar com essas ações, com ele pretendemos aumentar as nossas reflexões sobre a periferia, suas particularidades e a violência que cerca as comunidades.

Sabendo que as crianças são os futuros cidadãos da cidade, pensamos em trabalhar com uma temática infantil, afinal, se conseguirmos deixar na cabeça das crianças que armas não é sinal de poder ou de segurança, já estaremos dando um grande passo.

As expectativas são grandes para esse projeto, a ocupação das praças e o trabalho com as crianças estão me deixando bem ansioso.

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