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QUASE NADA

Posted by Nóis de Teatro On 19:19 No comments





Numa grande metrópole, um casal de classe média alta, de madrugada, é abordado por um menino de rua num semáforo. Assustados, o jovem casal atira no menino. Antônio e Sara recebem no seu apartamento uma senhora que julga ter visto o assassinato. Duas questões colocam-se de forma antagônica em cena, ampliando a sua percepção para além de um discurso fechado, totalizante. Se de um lado, o jovem casal assassinou, a queima-roupa, uma criança de idade não revelada, do outro, a tal senhora faz chantagem para não denunciar o caso.

. em cena .

Inquietos com o surto de violência que assola as cidades nordestinas, em especial com os antagonismos travados entre periferia e centro, favelização e concentração de renda, a luta de classes sempre foi a força motriz do trabalho estético do Nóis de Teatro. O encontro com o universo temático de Marcos Barbosa, dramaturgo cearense, veio fortalecer uma série de questões poéticas e políticas que vinham nos atravessando nos últimos anos, sobretudo pela necessidade de discutir violência urbana e os alarmantes números que apontam nossas cidades como os lugares mais violentos do mundo, dados que ameaçam uma classe média em ascensão, ávida por garantir seu lugar de conforto e segurança.


A pesquisa estética do Nóis de Teatro, sobretudo nos últimos anos, apontam caminhos artísticos que aspiram um olhar dialético sobre o mundo contemporâneo. Nossas imersões na poética da rua nos instigam, constantemente, a pensar um teatro questionador, inquietante, detonador de uma cidade em crise. Ao montar “Quase Nada” buscamos avançar nessa percepção dialética, crítica, na busca por uma análise profunda da narrativa apresentada. Para isso, lançamo-nos num jogo cênico que busca levantar a dúvida quanto às palavras ditas, utilizando de recursos metalinguísticos pensados a partir do uso das rubricas do autor. Nesse jogo, buscamos levantar um paralelo entre o caso apresentado em cena e a realidade urbana, em decadência ética, condicionada pelos ditames hegemônicos e esterilizadores do noção de cidade-marketing. O espetáculo é resultado da nossa inquietude poética, da nossa necessidade de colocar uma lupa de estranhamento sobre uma realidade impalatável que, cada vez mais, vem parecendo familiar, aceitável.

. ficha técnica .

DIREÇÃO GERAL Altemar di Monteiro | TEXTO  Marcos Barbosa | SARA Edna Freire | ANTÔNIO Magno Carvalho | VÂNIA Kelly Enne Saldanha | CÉSAR Henrique Gonzaga | TÉCNICO DE SOM E LUZ Jefferson Saldanha | APOIO Nayana Santos | FIGURINO Ruth Aragão | MAQUIAGEM Edna Freire | CENÁRIO Elaine Nascimento e Jefferson Saldanha | CENOTÉCNICO Andre Rocha e Patrick Welber | COSTUREIRA Ayla Silva | CABELEIREIRAS Taline Martins e Odeli Lima | DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA E MONTAGEM DOS VÍDEOS Irene Bandeira | PREPARAÇÃO DE ELENCO PARA VÍDEO Nataly Rocha | CAPTAÇÃO DE SOM Vivi Rocha | FOTOGRAFIA Duda Lemos | PROJETO GRÁFICO Walmick Campos | PRODUÇÃO Nóis de Teatro | PRODUÇÃO EXECUTIVA Altemar di Monteiro, Kelly Enne Saldanha e Henrique Gonzaga

Veja o teaser do espetáculo:

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