SINOPSE
“O que mata é o costume!” surge de um longo período de pesquisas e experiências do Nóis de Teatro, aliado à inquietude perante o grande costume do teatro de rua tradicional.
Baseado em conto japonês e escrito por Brech em 1930, o texto, apesar de antigo, possui uma temática atual e a adaptação do grupo pretende trazer o conto japonês para a nossa época. A peça fala sobre a importância da reflexão e de como o ser humano se comporta diante de determinadas situações. Com direção de Altemar di Monteiro, o espetáculo parte de um processo colaborativo que experimenta a fusão de elementos do Teatro Épico, do Teatro do Oprimido, da performance e do Teatro Pós-Dramático, numa cena eletro-tecno-dance que utiliza do universo da musica eletrônica e a descontinuidade como recurso cênico para o debate dialético acerca dos temas apresentados.
CONCEPÇÃO
Estética Televisiva
Altemar di Monteiro
O que é teatro popular? O que é popular? O que é pop? O que é acessível? Muito discutimos sobre isso para conceber “O que mata é o costume!”. Repensando o espaço aberto chegamos às novas sonoridades, ao novo popular, à estética transcultural urbana, que alia diversas culturas, em processos híbridos de transformação, que muito foi transformado e imposto pela cultura americana. A estética dos videoclipes, em seu movimento acelerado e sua ruptura dramática, muito contribuiu para pensar esse novo popular, essa sonoridade em meio às praças. O primeiro ato é constituído disso: dialogo entre o que somos e o que queremos ser. Já no segundo ato, uma grande novela é apresentada ao publico. Tentamos romper com a linearidade aristotélica, mas o registro de interpretação está presente, como uma sátira, uma critica ao produto enlatado da TV brasileira. É essa nova configuração de cena que nos interessa, esse novo popular, o que nos coloca em crise e faz-nos pensar sobre a sua real utilidade em nossas vidas.
Dialética de Cena
Erika Peixoto
Como estamos tentando utilizar elementos didáticos do teatro épico, que a meu ver se contrapõem às ilusões, à magia do teatro burguês, utilizamos elementos da própria dialética em cena, realizando várias vezes uma quebra entre o ator e o personagem, mostrando o tempo inteiro que estamos encenando uma peça, como se os atores estivessem apenas contando uma história. Por isso não utilizamos de psicologismo, não estamos trabalhando no sentindo de desenvolver um andar diferente do ator no personagem, ou um nome, uma história diferente do ator na peça, não existe um diferença entre o ator e o personagem, mas um movimento dialético, de afirmação e negação desse personagem na cena teatral.
Queremos pensar novas perspectivas para o teatro de rua, ampliar e acrescentar novos elementos e, além disso, rever os métodos historicamente construídos a partir de uma leitura da nova conjuntura que se apresenta, sobre a influência das mídias e dos aparelhos eletrônicos. Assim, partindo da compreensão de que a sociedade muda, pretendemos inovar e criar novos métodos para o teatro de rua.
FICHA TÉCNICA
TEXTO Criação Coletiva / Livremente inspirado em “Aquele que diz sim, Aquele que diz não”, de Bertolt Brecht | DIREÇÃO Altemar di Monteiro | ELENCO PRIMEIRO ATO Kelly Enne Saldanha, Dorotéia Ferreira, Amanda Freire e Henrique Gonzaga| ELENCO SEGUNDO ATO Érika Peixoto, Nayana Santos, Hylnara Anny e Edna Freire | DJ Jefferson Saldanha | CAMERAMAN Bruno Sodré | VJ Altemar di Monteiro | FIGURINOS Altemar di Monteiro e Valne Lima | CONFECÇÃO DE FIGURINOS Dona Mazé | VÍDEOS Altemar di Monteiro / fonte: youtube.com | CENOGRAFIA, MAQUIAGEM E ADEREÇOS O grupo | FOTOGRAFIA Duda Lemos | FLASHMOB Wesley Crisóstomo | TESOURARIA Kelly Enne Saldanha e Aquiles Santos | PRODUÇÃO Altemar di Monteiro | REALIZAÇÃO Nóis de Teatro
5 comentários:
Maravilhoso!... olha, esse é o melhor espetáculo do Nóis de Teatro. Estive no Teatro José de Alencar e fiquei encantado com vocês... fazia tempo que não via algo cearense tão bom. Um fantástico espetáculo de rua. Parabéns!
Adorei tudo, mas o "porra" pro primeiro ato, me identifiquei muitooo
O ENCONTRO DA PERIFERIA E DO CAMPO FOI UM MAÁXIMO! TIVE A A OPORTUNIDADE DE PARTICIPAR E TROCAR ARTE COM MUITAS PESSOAS!PARABÉNS NOIS DE TEATRO!
Ah, muito bom, espero que sempre estejam acontecendo vários eventos para que o grupo NOISDETEATRO esteja crescendo e aparecendo, torço por vos.
Nossa, é muito bom, o segundo ato é muito bom, o primero é bom tambem, mas o segundo é muito melhor, parabens a participantes. Melhorem as musicas do segundo ato, nao atualizem somente a do primeiro, vi que foi mudado algumas, fico grato com o que trazem para nossa cultura. Um abraço.
Postar um comentário