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VÁ NA DIREÇÃO DO GÁS! E LANCE-O NOVAMENTE!

Posted by Nóis de Teatro On 21:55 No comments


Por Bruno Sodré

Saindo de Maceió, partindo pra casa. Cansado, mas fechando os olhos me vem toda a energia que fluiu e rodeou a apresentação de “Sertão.doc” na última noite na 8º Mostra Aldeia SESC Guerreiro de Alagoas. Olhando a estrada querendo fechar os olhos e logo vem a imagens dos olhares da chegada de cada um na cozinha do SESC, espaço que resignificamos como nosso, nossa garagem de rock’n roll. Cabos, fios, aços e luzes pelo chão que fortaleciam esse espaço de encontros, encontro de brasileiros, encontro de baderneiros que planejam ir pra rua, pra mudar o nosso país, e ali era o local escolhido para esse encontro, naquela hora, naquele dia e, pra ser mais especial, o último dia da nossa caravana pelo nordeste.

Cansado e fechando os olhos. É, realmente não consigo descansar. Sentido fragmentos dessa energia. Começando a ouvir “Blues da Piedade” na voz de Altemar di Monteiro e Murilo Ramos. Todos pedindo piedade pra essa gente careta e covarde, fazendo da musica nossa produção de energia, um corpo que grita por mudança e, pra isso acontecer, abdômen preso e veias saindo pelo pescoço, como um revolucionário/ vândalo/ baderneiro que corre na direção do gás lacrimogêneo: ele sabe dos efeitos, mas mesmo assim corre esse risco pra que, com toda força, lance-o novamente. Porque assim surge o caos e nada mais fica na calmaria (caos invisível). Todos ficam em alerta, a flor da pele, um “Kamikaze” (olhando agora pra Murilo Ramos) e “Sertão.doc”, que é de rua feita entre quatro paredes por conta da chuva, com Dario Oliveira que, cansado depois de 17 horas de viagem, chega pra apresentação sem ter tempo de respirar, ele faz do espetáculo essa respiração. Apresento outro kamikaze Jefferson Saldanha que foi capaz de se em pendurar pra que as imagens do projetor dessem certo. Olhando pra você Murilo dormindo e te digo, realmente fomos todos kamikazes! Não fomos? Responda-me quando acordar.

Maceió deixara lembranças, lembrança da companheira que abracei na cena do ‘Patrão nosso de cada dia’, do companheiro que me deu um sorriso e me estendeu a mão quando Jeremias estava cantando musica de ninar. Veio-me agora a imagem de um senhor que assistiu os três espetáculos (A granja, O que mata é o costume e Sertão.doc) nos dias anteriores, que estava com a camisa amarela e que não consegui falar após o espetáculo para agradecer, mas agradeço a cada um. A cada um que gritou junto com a gente.

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