Por Kelly Enne Saldanha
Surgido em um período pós-guerra, o Teatro do
Absurdo traz em suas características elementos dessa época. Em um mundo
desolado pela violência, os conflitos do homem com ele mesmo são mais expostos,
assim como as reflexões acerca da vida. O Teatro do Absurdo chegou propondo
outras formas, outra dramaturgia, inclusive outra psicologia para os
personagens. Se o que havia antes era o realismo, o Teatro do Absurdo trouxe
outros olhares.
Diante de uma violência
sem medida e sem controle, o homem se vê perdido, sem rumo, sem chão. Os
conflitos sociais fazem o homem chegar ao ponto do homem duvidar dele mesmo.
No espetáculo QuaseNada, os conflitos sociais também refletem as relações humanas. O ser humano é
exposto com seus problemas internos, vivendo uma vida vazia, sem paz, sem razão
e sem esperança. O que é pior que viver sem esperança? Mesmo a morte não seria
tão ruim.
Quase Nada e Teatro do
Absurdo falam de vida. Pensando bem, falam do direito a vida que não temos,
onde essa ausência causa efeitos irreversíveis na nossa sociedade. Que vida é
essa que podemos morrer a qualquer momento? Talvez a falta do direito a vida
seja o maior absurdo da nossa atualidade.
E é esse medo da morte que faz a pessoas viverem na barbárie, sem
sentido e sem esperança.
No Quase Nada e no
Teatro do Absurdo, os silêncios refletem o pensamento, a reflexão, o
questionamento ou mesmo a resposta que não quer ser dita ou ouvida. Os
silêncios são ações não feitas, palavras não pronunciadas, porém, cheios de
significado, trazendo o público a reflexões que, principalmente hoje em dia, é
quase impossível de se ver.
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