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O ABSURDO DO QUASE NADA

Posted by Nóis de Teatro On 19:58 No comments

Por Kelly Enne Saldanha



Surgido em um período pós-guerra, o Teatro do Absurdo traz em suas características elementos dessa época. Em um mundo desolado pela violência, os conflitos do homem com ele mesmo são mais expostos, assim como as reflexões acerca da vida. O Teatro do Absurdo chegou propondo outras formas, outra dramaturgia, inclusive outra psicologia para os personagens. Se o que havia antes era o realismo, o Teatro do Absurdo trouxe outros olhares.
            Diante de uma violência sem medida e sem controle, o homem se vê perdido, sem rumo, sem chão. Os conflitos sociais fazem o homem chegar ao ponto do homem duvidar dele mesmo.
            No espetáculo QuaseNada, os conflitos sociais também refletem as relações humanas. O ser humano é exposto com seus problemas internos, vivendo uma vida vazia, sem paz, sem razão e sem esperança. O que é pior que viver sem esperança? Mesmo a morte não seria tão ruim.
            Quase Nada e Teatro do Absurdo falam de vida. Pensando bem, falam do direito a vida que não temos, onde essa ausência causa efeitos irreversíveis na nossa sociedade. Que vida é essa que podemos morrer a qualquer momento? Talvez a falta do direito a vida seja o maior absurdo da nossa atualidade.  E é esse medo da morte que faz a pessoas viverem na barbárie, sem sentido e sem esperança.
            No Quase Nada e no Teatro do Absurdo, os silêncios refletem o pensamento, a reflexão, o questionamento ou mesmo a resposta que não quer ser dita ou ouvida. Os silêncios são ações não feitas, palavras não pronunciadas, porém, cheios de significado, trazendo o público a reflexões que, principalmente hoje em dia, é quase impossível de se ver. 

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