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O JARDIM DAS FLORES DE PLÁSTICO - ATO 3: POR BAIXO DO SACO PRETO

Posted by Nóis de Teatro On 18:59 No comments



O terceiro ato da intervenção urbana "O Jardim das Flores de Plástico" saúda a rua num grande cortejo cênico, investigando e dialogando com e na periferia. Marcados pelo ritmo dolente do maracatu cearense, o “Jardim” vai tomando as ruas com sua espetacularização do cotidiano. Como nas intervenções anteriores, a dor, o confronto e o conflito se estabelecem dentro de relações bem mais complexas daquilo que se vê, se sente, se reflete.

Assim como no carnaval, os cortejos seguem pelas ruas do bairro, fazendo paradas, pequenas estações até seu ponto final. Rostos com negrume marcam a curiosidade de quem vê a morte como show, veiculado na TV ou em celulares. Misturando cenas caóticas, parecendo propagandas de TV e cenas de realidade/ sonho/ pesadelo, marcamos com nossa arte cada estação encenada. Pernas de pau dão a grandeza alegórica da nossa história, de nossa periferia. A mãe, a fofoqueira, os curiosos por mais uma morte, tudo vem para mostrar aquilo que temos, aquilo que somos ou poderemos ser. O Homem de Branco é nosso inimigo. O Homem de Branco é nosso inimigo?

Dentro da periferia, quais ruas não têm seu chão marcado de sangue lavadas pelo tempo e pela memória? A banalidade vai deixando de lado a pergunta: O que há por baixo do saco preto? Dentro das grandes cidades, onde está o mapa matável? A tv, os jornais e a mídia já revelam. A bala só se perde na periferia. A bala perdida só acerta o pobre. O pobre atingido sempre é negro. Cartas marcadas, histórias que se repetem.

Essas histórias se fazem presentes no “O Jardim das Flores de Plástico”, nesse cortejo quase fúnebre. São seis estações. Brincando de nascer e morrer, cada cena se resolve, mas todas elas juntas mostram a cara da nossa favela. Investigando a peculiaridade de cada espaço, a cena se adequa para novas ruas. E tudo isso para refletirmos: O que há embaixo do saco preto?


Mas as reflexões são mais profundas, assim como as questões lançadas a cada estação. Se nosso inimigo não é o "Homem de Branco" apresentado em nossa cena, quem é? Quem está por trás de quem atira? Sem ter entendimento sobre essas questões, poderemos ser a qualquer momento o próximo "Homem de Branco". Poderemos?

FICHA TÉCNICA
Texto: Criação Coletiva
Direção: Altemar Di Monteiro
Elenco: Kelly Enne Saldanha, Henrique Gonzaga, Doroteia Ferreira, Jefferson Saldanha, Bruno Sodré, Gil de Souza, Jonas de Jesus, Gleilton Silva e Angélica Freire
Apoio: Nayana Santos, Amanda Freire e Edna Freire
Figurino: Valne Lima
Fotografia: Altemar Di Monteiro
Confeção de Figurinos: Dona Mazé
Adereços e Maquiagem: O Grupo
Produção: Nóis de Teatro

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