.

.

About

Assentamento Olho D’água – Várzea Alegre - CE – 11 de agosto de 2010

Posted by Nóis de Teatro On 13:22 No comments

Local: Terreiro em frente a sede da associação dos trabalhadores rurais

Dia puxado.

Por conta do mal planejamento do trajeto a ser realizado entre os assentamentos, praticamente rondamos o Ceará inteiro. Saimos do assentamento Poço da Onça, em Miraima, por volta de 7h da manhã. Passamos o dia inteiro enlatados dentro de um carro, tentando chegar ao assentamento Olho D’água, que fica geograficamente do lado oposto do Ceará.

Haviamos planejado chegar em Várzea Alegre por volta de 14h. Quando deu o horário marca-do ainda estávamos em Canindé, onde almoçamos. Começamos a ficar preocupados com a distância e com a preocupação em que poderiam estar o pessoal do assentamento. Tentamos ligar para lá, mas não conseguimos. Apenas às 18h, quando ainda estávamos em Acopiara, consegui deixar um recado com a esposa de Evanildo, articulador da ação no assentamento.



Chegamos em Olho D’água às 20h50. Muito tarde. A comunidade já havia se dispersado, po-rem, os que ainda restaram nos receberam com uma alegria imensa e com a felicidade de termos chegado em paz. Eles haviam programado uma noite cultural, com moda de viola, reisado e nosso espetáculo. Decidimos, que mesmo tarde iríamos fazer a apresentação, porque a comunidade estava ansiosa para ver o espetáculo, o “show”, como eles mesmos disseram.

Enquanto nos preparávamos para o espetáculo, rolava as modas de viola. Algumas pessoas ficaram para assistir. E o elenco de “Sertão.doc” arrumava toda a parafernália do espetáculo, regado a muita cantoria e conversas.

Quase 22h começamos a apresentação. Decidimos fazer um pequeno corte, por conta do horário que já se estendia. Não apresentamos o segundo quadro do espetáculo, o que não compromete a compreensão sobre a cena já que trabalhamos com um roteiro fragmentado.

Após a apresentação, por volta de 23h20, assim como em Poço da Onça, houveram excelentes comentários sobre o trabalho, sobre o grupo. Mesmo muito cansados, saímos de lá com a sensação de que valeu a pena. Toda essa correria, sair de um canto para outro, passar o dia enlatado em uma van é muito cansativo, mas receber o abraço de um trabalhador rural, que se vê bem representado no nosso espetáculo, que se emociona com a dura realidade tratada na cena , para nós é reconfortante. Sertão.doc foge do estereótipo do nordestino e do chão rachado, mas possui uma fidedignidade, uma responsabilidade com a causa e com a identidade do homem camponês.

Depois de tudo, jantamos, tomamos nosso banho e acordamos o Seu Edimilson, que havíamos colocado para descansar, já que o mesmo retornaria conosco a madrugada inteira. Saimos de Olho D’água às 2h da madrugada. Chegamos em Fortaleza às 11h da manhã da quinta-feira, dia 12, exaustos, mas já levando o material cenográfico para o Centro Cultural Bom Jardim, onde à noite começamos uma nova temporada.

0 comentários:

Postar um comentário