Por Henrique Gonzaga
Estou com muitas expectativas para essa esquete que vamos montar. Não me sai da cabeça a vontade fazer um espetáculo infantil, mas ao mesmo tempo me preocupa a forma que vamos abordar o desarmamento com crianças.
Seguindo nas idéias que tivemos para a esquete, vejo nitidamente o espetáculo no espaço de praças, pelo fato de acessibilidade, por ser um espaço onde nosso público alvo se reúne para brincar. E é esse o grande ponto do espetáculo, a brincadeira.
Não consigo pensar em espetáculo infantil onde as crianças não participem e façam com que aquele espetáculo seja delas.
Talvez esse seja o grande desafio para os atores, fazer com que o espetáculo seja das crianças, que elas participem, mas sem perder o controle das cenas e cumprindo as metas da proposta.
Imagino esse espetáculo ocupando uma boa parte da praça, transportando o público para um mundo totalmente diferente, um mundo colorido e divertido, mas também dando uma ressignificação ao espaço. Fazer com que se crie a sensação que aquela praça sempre foi colorida, mas por passarmos tantas vezes por lá deixamos ela cinzenta.
A construção de texto, encenação e interpretação têm que ser a mais fiel possível com a realidade do espaço que estamos nos propondo a ocupar, o Bom Jardim, creio que não é interessante chegarmos com uma proposta super interessante de cenário, ocupação do espaço e o texto e a encenação não condizerem com a realidade do público.
A linguagem é de suma importância para que se cumpra a função do espetáculo. Às vezes fico pensando: será que devemos falar de maneira diferente com as crianças do Bom Jardim do que falaríamos com crianças da Aldeota? Isso é um preconceito ou uma realidade? Não tenho essas respostas, mas acredito que isso deva ser conversado durante a montagem. No mais, espero que consigamos alcançar o nosso objetivo e cumprir esse projeto que é tão especial para nós que moramos na periferia.
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