Por
Henrique Gonzaga e Altemar di Monteiro
Em
Mossoró, “A Granja” ocupou o Largo do Memorial da Resistência, espaço dedicado
ao povo que lutou contra a "invasão" do Bando de Lampião. Lá, Ze da Granja demarcou território
e o povo mais uma vez brincou, riu, emocionou-se e reuniu-se pra lutar contra a
tirania do opressor. Agradecemos imensamente a Cia Escarcéu por tudo o que nos
proporcionou, desde toda a articulação na cidade até a noite de trocas e intercâmbios
que tivemos após a apresentação.
De
Mossoró partimos pra Natal. Lá nos encontramos com dois novos companheiros de
luta, o pessoal do Coletivo Fulô e a galera do Giradança, que nos receberam de
braços abertos. No sábado, após o lançamento do livro “A arte que vem das
Margens”, o espetáculo “Sertão.doc” foi apresentado em um espaço que parecia
ter sido feito para ele: uma rua do Centro Histórico de Natal, conhecida por
suas casas de rock and roll, onde
várias tribos se reúnem num ambiente altamente underground e transgressor,
clima perfeito para nossas guitarras, baterias e o discurso de luta. Foi
simplesmente inesquecível.
No
domingo continuamos em Natal, mas dessa vez havia um grande diferencial:
apresentamos no Circuito Cultural da Ribeira. “O que mata é o costume”
aconteceu no mesmo espaço onde tinha sido apresentado “Sertão.doc”. Ao
chegarmos no local, a chuva veio junto. A chuva não parava. Procurávamos
alternativas para a apresentação, mas em um breve descuido de São Pedro,
armamos todos os equipamentos e fomos pra rua. Se no sábado a energia
underground contagiava o espaço, no domingo, o sentimento pop-eletrônico da
discotecagem dos deejays e o hip-hop dançado pelos grupos da região estimulavam
a pulsão do espetáuculo “ O que mata é o costume”.
Aproveitando
a trégua da chuva começamos o espetáculo, em poucos minutos toda uma rua estava
em uma grande festa, onde as energias diversas se encontraram e proporcionaram
uma explosão de sentimentos em todos que estavam alí, principalmente nós,
atores. A cada pergunta, a cada sugestão, a cada suposição toda aquela rua
entrava na cena e questionava, tentava responder e principalmente se
identificava, o que marcava ainda mais a grande diversidade do espaço.
Agradecemos
muito aos amigos do Coletivo Fulô e do Giradança que nos proporcionaram
momentos inesquecíveis e esperamos voltar em breve para continuar essa história
que apenas começou a ser escrita. Voltamos para estrada, continuando a Caravana
Nóis de Teatro 10 anos. Nesse momento estamos em João Pessoa, na sede do Grupo
Quem tem Boca é Pra Gritar! Ta sendo incrível. Em breve lançamos mais
informações.
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