Kelly Enne Saldanha
Desde que o Brasil foi
escolhido para ser sede da copa do mundo, mais ou menos em 2007, logo se viu
que não estávamos preparados para receber um evento deste porte. Por conta
disso uma avalanche de investimentos saiu de nossos cofres públicos e dos
privados.
Esses investimentos
vieram principalmente para as melhorias na infraestrutura brasileira, bem como
transporte, malha viária, hospedagem, alimentação etc. Bilhões foram investidos
em estádios, enquanto toda a rede de saúde, educação e tantas outras
necessidades básicas da população foram deixadas de lado.
Analisando todo esse
investimento injetado na economia brasileira, percebemos que o mesmo está sendo
voltada principalmente para a área turística, visto que receberemos milhares deles
em nosso país.
Desde então,
diversos são os manifestos Brasil afora, muitos com o título: “Copa pra quem?”.
Para quem estamos preparando o país? Deveria ser para nós, mas é essa a
principal questão.
Todo esse
investimento para um evento privado é bem mais concentrado nas capitais onde
haverá os jogos, dentre elas Fortaleza. Está sendo construída, reformada,
maquiada, uma Fortaleza higiênica, cheia de emendas e reparos. Diante de uma
situação de copa, para quem essa atual gestão está olhando? Fortaleza pra quem?
Dentro desse
contexto, acontecerá nos dias 20, 21 e 22 de junho, durante o citado evento, o
I SABACU DA ARTE NO SISTEMA, com o tema “Fortaleza pra quem?”.
Artistas do bairro
Pirambu, bairro diretamente afetado com a higienização social com suas remoções,
estão na linha de frente da organização desse evento que acontece na cara e da
coragem. Sem investimentos para realizar o I Sabacu, os artistas estão se
juntando com outros grupos artísticos da cidade para contribuir com a
programação do festival.
Serão três dias de
oficinas, debates, conversas e, como não poderia deixar de ser, muita arte. Com
toda a irreverência que só o cearense tem em seu jeito de expressar suas
contrariedades, o I Sabacu da Arte no Sistema virá para dar uma chacoalhada na
periferia do Pirambu, na cidade de Fortaleza e nos mandos e desmandos dessa
atual gestão.
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