Por Henrique Gonzaga
O mês de outubro começou com grandes avanços na
produção do espetáculo Todo Camburão Tem Um Pouco De Navio Negreiro. Conseguimos
fechar toda a parte de encenação, os figurinos estão sendo produzidos, os
adereços já estão quase prontos, o programa do espetáculo sendo feito, as
músicas estão sendo afinadas, isso tudo quer dizer: a estreia se aproxima.
O frio na barriga é inevitável, afinal foi muito
tempo estudando, pesquisando, experimentando, lendo, debatendo, pensando,
ensaiando etc. Mas o que me deixa mais ansioso é mostrar tudo que feito para o
público, é ver a reação deles, como vão sentir tudo isso. Em todas as produções
de textos sobre o processo de montagem do espetáculo, eu pontuei que as experiências
relatadas na encenação são parte de todos que participaram da montagem, mas não
posso deixar de lembrar que o público também vai se perceber muito durante a
apresentação, afinal, as situações apontadas são corriqueiras no dia-a-dia da
população brasileira, onde, principalmente, o racismo e a desigualdade, são
muito fortes no nosso país.
Queremos gerar debate, queremos colocar em xeque o
pensamento do outro, colocar em conflito a consciência negra de todos, gerar
desconforto com a aceitação das pessoas e isso tudo foi pensado e feito para
acontecesse da forma mais bela possível.
Agora não tem mais como voltar atrás, estamos
inundados por essa energia que nos manda ir pra frente de luta, que faz nos
tornar loucos, loucos que sabem muito bem o que querem. Vamos chegar dançando,
cantando e fazendo o que sabemos fazer, que é arte!
Posso dizer que estou muito orgulhoso de tudo que
foi feito, que tenho muito orgulho de todos que entraram nessa luta, de todos
que, mesmos estando no “camburão”, cercado pela intolerância, preconceito,
desigualdade, racismo e pela ganância, se reunirão para dar um chute na porta
desse camburão e gritar:
LIVREEEEEEEEE!!!!!
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