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"À Joaquim, com carinho"

Posted by Nóis de Teatro On 18:54 No comments


1985 - o primeiro Joaquim engravidou uma jovem mulher na periferia de Fortaleza e depois, como de costume na época, a abandonou! Nunca deu nenhum tipo de suporte. Mais uma vez, como de costume, aquela jovem mulher teve que enfrentar o mundo pra conseguir cuidar daquele recém nascido. Então lembrem-se dela. Com todo amor do mundo, eu tô falando da minha mãe solteira. Não só dela, mas de várias que habitam a periferia dessa cidade.

2001 - o segundo Joaquim surgiu quando entrei na primeira sala de ensaio de teatro da minha vida. Apaixonado, descobria ali um mundo através do olhar dele e de toda uma galera massa no Ensino Médio. É, pode ser verdade que se ele não tivesse me 'convidado' pra me retirar da Cia Atos e Retratos, talvez o Nois de Teatro nunca tivesse nascido. O tempo passa e este homem continua de muita importancia: para mim e para vários artistas da periferia de Fortaleza. Então lembrem-se dele. À Joaquim Araújo, com carinho.

2014 - o terceiro Joaquim poderia ser ficção mas é Teatro do Real. Ele poderia ser só o personagem que faço em 'Todo Camburão tem um pouco de navio negreiro", mas não: todo dia ele é assassinado nas periferias desse país por uma polícia e uma política altamente militarizada. Então não esqueçamos dela: da juventude preta e periférica que tenta viver pelas ruas da cidade.

2018 - o mais novo Joaquim nasce junto com esse livro. O primogênito de Bruno Sodré e Doroteia Ferreira vem pra nos lembrar de vida, da necessidade de estar vivo e não ceder à sordidez ácida do tempo que estamos vivendo. Joaquim é um novo marco para Nóis. Ele nasce aos 16 anos de Nóis de Teatro, lembrando que a metade de nossas vidas nós já passamos nesse projeto. Ele vem pra renovar e dizer: muito ainda há a ser feito. Apoema!!!!

Gratidão, Joaquim.

Com carinho, 

Altemar Di Monteiro

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