1985 - o primeiro Joaquim engravidou
uma jovem mulher na periferia de Fortaleza e depois, como de costume na época,
a abandonou! Nunca deu nenhum tipo de suporte. Mais uma vez, como de costume,
aquela jovem mulher teve que enfrentar o mundo pra conseguir cuidar daquele
recém nascido. Então lembrem-se dela. Com todo amor do mundo, eu tô falando da
minha mãe solteira. Não só dela, mas de várias que habitam a periferia dessa
cidade.
2001 - o segundo Joaquim surgiu quando
entrei na primeira sala de ensaio de teatro da minha vida. Apaixonado,
descobria ali um mundo através do olhar dele e de toda uma galera massa no
Ensino Médio. É, pode ser verdade que se ele não tivesse me 'convidado' pra me
retirar da Cia Atos e Retratos, talvez o Nois de Teatro nunca tivesse nascido.
O tempo passa e este homem continua de muita importancia: para mim e para
vários artistas da periferia de Fortaleza. Então lembrem-se dele. À Joaquim
Araújo, com carinho.
2014 - o terceiro Joaquim poderia ser
ficção mas é Teatro do Real. Ele poderia ser só o personagem que faço em 'Todo
Camburão tem um pouco de navio negreiro", mas não: todo dia ele é
assassinado nas periferias desse país por uma polícia e uma política altamente
militarizada. Então não esqueçamos dela: da juventude preta e periférica que
tenta viver pelas ruas da cidade.
2018 - o mais novo Joaquim nasce junto
com esse livro. O primogênito de Bruno Sodré e Doroteia Ferreira vem pra nos
lembrar de vida, da necessidade de estar vivo e não ceder à sordidez ácida do
tempo que estamos vivendo. Joaquim é um novo marco para Nóis. Ele nasce aos 16
anos de Nóis de Teatro, lembrando que a metade de nossas vidas nós já passamos
nesse projeto. Ele vem pra renovar e dizer: muito ainda há a ser feito.
Apoema!!!!
Gratidão,
Joaquim.
Com
carinho,
Altemar Di Monteiro
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